terça-feira, 12 de setembro de 2017

Coisas de Almada - política oportunista

Tempo de eleições autárquicas é abertura de caça ao voto muito especialmente em coutadas políticas.
Nesta perspectiva, Almada e o concelho têm sido e são uma coutada de excelência, não só pela sua situação geográfica frente a Lisboa, mas por algumas outras razões mais desejadas e apetecíveis. Daí valer tudo para  (re)conquistar a governança da coutada.
Nesta "caça ao voto" ou "batida aos eleitores", muitas vezes os "caçadores" descuram a racionalidade dos eleitores. Ofendem mesmo os cidadãos eleitores.
Tem sido banal em política baixa, os instalados guardarem realizações ou trabalhos, que deveriam ser realizados ao longo do mandato, se respeitassem a ética  na Política, para as vésperas do acto eleitoral, considerando os eleitores desmemoriados, nivelando-os pelos domínios da ignorância, da desinformação e da irracionalidade.
Praticam  a politica de "encher o olho aos parvos", aos ignorantes, aos irracionais e aos desinformados.
Sim, deve ser esta a ideia que alguma gente deve fazer do cidadão eleitor, como ser que não é capaz de se lembrar daquilo que os eleitos deviam ter feito ao longo do mandato e que não sendo capaz de pensar e ter opinião crítica, se deixa embalar pelas últimas "obras"/realizações de clara cosmética eleitoral, pela política da irracionalidade e pela verborreia política.

Há quem tente explicar a situação deste oportunismo político para  autojustificar-se por que alinha nestas jogadas manhosas, dizendo que  na política sempre foi assim e que todos fazem o mesmo. Têm no fundo uma concepção corrompida  de Democracia. Vêem possivelmente a Democracia como um banquete em rodízio para os mais expeditos.
Aqui faz sentido a expressão de um anónimo: "Mentir às pessoas para obter dinheiro é fraude. Mentir para obter votos é política".
 
No desespero de caçar votos, nos meses anteriores às eleições:

- arranjam-se calçadas dos passeios por todo lado
- pintam-se muros para depois serem grafitados
- tapam-se buracos no pavimento de vias de circulação
- fazem-se passeios/excursões com pessoas mais carentes e dependentes, por exemplo reformados
- repavimentam-se ruas, ruelas, pracinhas e pracetas
- corta-se relva e ervas como se isso fosse uma prática diária ou regular em zonas mais visíveis e expostas ao olhar do cidadão
- cortam-se arbustos, árvores e sebes quando até aqui tudo estava descuidado e entregue à evolução natural como se fosse uma mata ou selva
- recolhe-se lixo onde antes se acumulava por dias e semanas
- finge-se acabar com lixeiras na via pública e em terrenos baldios
- faz-se a limpeza e conservação de bancos tipo jardim público, espalhados ao longo de ruas, praças e pracinhas
- expõe-se propaganda eleitoral, disfarçada de realizações ou eventos em painéis publicitários, paga com dinheiro dos munícipes
- não se respeitam decisões camarárias na afixação de propaganda política nos espaços públicos em candeeiros, postes de sinalização e outros locais, chegando-se a situações que até sinais de trânsito e semáforos ficam ocultos
-fazem-se e anunciam-se obras de restauro ou recuperação de  edifícios do município abandonados há muitos anos
-apresentam-se projectos de reabilitação/recuperação para zonas do concelho abandonadas pelo município há muito,
embora se esqueçam muito facilmente promessas anteriores e não cumpridas.
 
Gente convencida que por ser eleita, a sua eleição dá-lhes um atestado de competência conferido pelos eleitores.
 
Puro equívoco: é eleito quem obtém maior número de votos e o número de votos/somatório é uma caldeirada de diferentes e variadas motivações que levaram os eleitores, cada um por si, a votar.
Daí, os eleitos deveriam ser correctos,  exercerem um mandato com moral e ética política na defesa do interesse público, terem respeito pelos eleitores e não tentarem fazer destes, "totós", em vésperas de novas eleições, com acções de lavagem de rosto.
Isto assim não é Democracia.
 
Paga-se caro a irracionalidade, a ignorância e a desinformação em política.
 
Afinal para que serve o voto?
Afinal por que querem e para que querem que o cidadão vá votar?
Que Democracia temos?

"Os vivos são e serão sempre, cada vez mais, governados pelos mais vivos." Barão de Itararé - Brasileiro (1895-1971) - Humorista e jornalista, Pseudónimo de Apparício Torelly.

domingo, 3 de setembro de 2017

Coisas de Almada - A desagregação

Nada há a fazer por Almada. Almada está entregue aos mesmos de sempre, que sempre destruíram Almada e o  concelho e assim vai continuar face ao espectro  e cardápio político apresentado à população para as próximas autárquicas.

Almada vai continuar, como tem estado, entregue àqueles que sabem tudo, que não gostam de opiniões, sugestões ou críticas, àqueles que se dizem padrões em tudo, nos bons costumes, nas virtudes, habilidades e saber fazer, que se dizem de superioridade moral para a população - os ditos comunistas...mas que destruíram esta boa terra que tem uma situação geográfica invejável frente a Lisboa com o Tejo a seus pés e que tinha, embora ainda tenha alguma, mais valia.
O PS continua militantemente a abandonar Almada,  a desprezar os almadenses, a ignorar o sentir da população eleitora almadense. É coerente e talvez tenha as suas razões, que não são as de Almada, nem da população, nem dos almadenses que aqui vivem. Provavelmente coloca o concelho de Almada e a sua população no altar do sacrifício para outras jogadas. Faz de Almada, na circunstância, aquilo que no Brasil os grandes fazendeiros designam por "boi piranha". Naturalmente os eleitores saberão avaliar e reconhecer  o interesse do PS por Almada.
O PSD chega já tarde com a candidatura de Nuno Matias.
O CDS-PP perdeu o interesse dos tempos de Fernando Pena, um cidadão que sempre defendeu Almada e o concelho contra tudo e todos, apesar da violência verbal dos inimigos da Democracia com que foi frequentemente agredido em Assembleias Municipais.
O BE chegou a ser um aliado de peso da força dominante na  autarquia - 2009 a 2013 -, (esperava-se outra coisa) quando então teve um vereador que se encostava e votava com o PCP/CDU para fazer a necessária maioria que a estes faltava. Daqui, nada de novo se poderá esperar.
E, não é necessário dizer muito mais.
Pouca gente existe em Almada e natural de Almada que se interesse por esta cidade  e o concelho. Face ao panorama, podemos dizer que Almada e o concelho vão continuar, usando uma expressão muito popular, "entregues à bicharada".
A destruição vai continuar.
O lixo nas ruas vai continuar.
A propaganda ilusória vai continuar.
A degradação dos edifícios vai continuar com a grafitagem a que a CMA não quer pôr termo.
As pessoas vão continuar a fugir de Almada.
O comércio local vai continuar a fechar.
O comboio da MTS  vai continuar a atormentar as pessoas e a alimentar-se do dinheiro dos contribuintes.
As ruas vão continuar desertas.
Almada vai continuar a envelhecer,  a ser uma vila, não cidade, sobretudo de idosos.

As zonas verdes vão continuar sem serem cuidadas.

A Costa da Caparica vai continuar a ser um não polo turístico de qualidade.
Almada vai continuar  a ser aquilo que já é...aquele subúrbio de Lisboa, uma cidade moribunda, sem vida natural  atractiva capaz de congregar  pessoas, onde as pessoas não vivem o espaço público.
A derrocada de Almada iniciada anos atrás com complacências de PS e PSD vai infelizmente continuar para mal deste concelho, da maioria da população (que não vota nestes administradores) e dos almadenses.
Vamos provavelmente ter, como tem sido nos últimos anos, um "novo"/arcaico elenco autárquico, eleito com um número de votos  que representa cerca de 20% dos eleitores inscritos...isto é a triste e adulterada democracia em que vivemos a serviço partidário.
Almada está abandonada pelos partidos políticos do actual espectro politiqueiro.
Dizem que esta coisa é uma democracia. Realmente pode ser uma democracia ( com d pequeno) ou uma versão adulterada de Democracia, mas não é  DEMOCRACIA, nem a DEMOCRACIA para servir os cidadãos. 
Esta democracia vigente serve  quem se serve do voto do povo para o explorar. Será talvez uma versão "suave" de outra coisa qualquer que nada tem a ver com DEMOCRACIA ....mas possivelmente com um sistema político de interesse de alguns para explorar as pessoas... .
Será uma ditadura democrática que se serve do voto do povo para legitimar uma fórmula de exploração oculta, com benefícios de ou para mais ou menos desconhecidos?
Face ao panorama, nem o Cristo - Rei, desde Maio de 1959 de braços abertos no Pragal, sabe o que possa fazer por Almada e pelo concelho.